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quinta-feira, 3 de março de 2011




A CADELINHA MIMOSA

Martins, esse é o seu nome, nasceu em um pequeno vilarejo do sertão de
Alagoas. Pequeno agricultor, trabalhador da roça e um pescador dos bons.
Tirava da terra o seu sustento da roça e com muito empenho e esforço conseguiu
fazer uma boa poupança. Mas, como dizem; Alegria de pobre dura pouco
e não demorou muito para a seca chegar. Preparava a terra com carinho e chuva
tão desejada não chegava.
Martins viu toda as suas plantações serem devastadas e não tendo mais a
quem recorrer tomou uma decisão difícil, decidiu partir do seu torrão e
rumou para São Paulo. Queria no mínimo tentar a sorte e uma nova vida.
Sabia ele que não era nada fácil, porque além de não conhecer a cidade
grande, ele também era analfabeto, não sabia ler e muito menos escrever,
pouco frequentou escolas. Contudo: Decidida e corajosamente arrumou as suas
malas e dentro de um caixote de madeira agasalhou sua cadelinha mimosa e
subiu com ela num caminhão, (o famoso pau-de-arara). Depois de longos e
tortuosos dias de viagem, desembarcaram na rodoviária da luz. Martins e sua
cadelinha mimosa.
Na estação da luz, como é conhecida atualmente, Martins ficou mais perdido
do que cego em tiroteio, não sabia para onde ir e nem conhecia ninguém que
pudesse ajudá-los. Fascinado com os grandes aranha-céus(edifícios), ele ficou
apreciando a paisagem, quando do nada deu de cara com um homem alto e
bem musculoso, um verdadeiro bruta monte que preparava um golpe e Martins
começou a puxar conversa com o mesmo. Papo vai e papo vem e aquele homem
se apresentou, se dizendo ser dono de uma pensão e que logo lhe arrumaria um
emprego.
Pegou a mala de Martins para levar e pediu que o acompanhasse, passando por
entre becos e ruelas o homem rapidamente desapareceu. Ele só não se deu conta
que a cadelinha mimosa não saía do seu encalço por nem um segundo. O homem
entrou em velho casarão e a cadelinha mimosa deitou ali na porta e lá ficou sem
ser percebida. Enquanto isso martins ainda atônito e atarantado; Perdido, sem
rumo, lenço e sem documentos se deu conta que havia caído em um golpe, e já sem
esperança procurou um policial e contou em prantos todo o ocorrido, onde deixava
claro que sentia muito mais a falta da sua cadelinha mimosa do que dos seus próprios
pertences.
Acompanhado pelo policial, a quatro quadras dali, estava cadelinha mimosa
que saltitante foi imediatamente ao encontro de Martins e latia com insistência
apontando para a entrada do antigo casarão. Os policiais tocaram a campainha
uma senhora veio atender e quando a porta foi aberta mimosa não perdeu tempo
e porta adentro foi a caça do homem que roubou a mala do seu dono Martins.
Mimosa partiu para cima do homem rasgando-a com unhas e dentes. Ao ser
atacado pela mimosa, o ladrão saiu correndo porta afora e acabou
dando de cara com o policial. Ao ser abordado, logo foi reconhecido por Martins.
Ao revistarem o prédio, em um dos ambientes estava a mala toda revirada e o homem
foi preso em uma delegacia. Martins arrumou um ótimo emprego e se deu bem na vida.
Moral da história: Não confie em qualquer um...
E saiba, que mais vale um cachorro amigo, do que um desconhecido cachorro...



AUTOR: Manoel Carlos Alves - São Paulo = Brasil
MEU BLOG: http://inkdesignerstampas.blogspot.com
MINHAS ARTES: www.youtube.com/manoalves2008

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